23.12.10

Então é Natal...

Quem me conhece um pouco sabe que eu não sou fã de Natal. Eu e os meus mil e um posts sobre este assunto dizem tudo...

Porém vi um cartão NATALINO tão lindo estes dias que não pude me conter e mostrar um pouco deste “espírito” para vocês!

Os cartões são nada mais nada menos do que mini jardins que você manda pelo correio. Eu, que estou toda ligada com as "minhas plantações” nos últimos tempos, amei!

O site inglês não entrega no Brasil mas da para você entrar aqui, babar nos outros modelos e torcer para que alguém te mande um mimo deste.



Muito amor, não é?

As cinco pessoas que você encontra no céu




Faz um tempo que tive um professor que, apesar de “cricri”, era excelente! E, foi na aula dele que fui “obrigada” a ler este livro que hoje contarei para vocês.

“Five People You Meet in Heaven”(As cinco pessoas que você encontra no céu), escrito por Mitch Albom, foi um dos livros mais "significantes" que este meu professor indicou para leitura, a fim de fazermos sumários, provas e reflexões.

Faz tempo que eu o li mas ontem, quando encontrei o filme homonimo na locadora(indicado por um amigo), as minhas reflexões voltaram. Um livro/ filme tão simples mas tão complexo.

“Five People You Meet in Heaven” conta a história de Eddie, um senhor de 83 anos que viveu uma vida que ele considerava banal. ((Quantas pessoas não pensam isso das próprias vidas?))

Eddie passou a vida inteira trabalhando em um parque de diversões. Este era um emprego que ele nunca quis mas que guiou a maior parte de seu destino. Foi lá que ele conheceu o grande e ÚNICO amor de sua vida.

Nós, assim como Eddie, reclamamos de muitas coisas na vida. Um emprego, um lugar, uma pessoa. Muitas coisas que nos incomodam parecem ser obstáculos mas geralmente são essenciais para o nosso quebra-cabeça, são pontes para o nosso “pote de ouro”. Uma pena que demora para “cair a nossa ficha”.

O livro mal comeca e Eddie, o personagem principal, morre.
Mas isso não importa já que o livro mesmo diz: “All ending are beginnings”. Assim que Eddie morre vamos descobrindo, a partir de cinco pessoas que ele encontra no céu, o que ele era, o que ele deve aprender com cada uma destas pessoas e como estas pessoas estavam relacionadas na vida dele.

Cada uma destas pessoas mostra a Eddie uma fase da vida dele e tenta resolver suas antigas mágoas. Eddie percebe que fez parte, mesmo que sem saber, da vida de muita gente e que todas as vidas, de uma forma ou de outra, estão ligadas.

Eu poderia contar quem foram as cinco pessoas que ele encontrou no céu e quais as lições que eles passaram. Porem, acho que perderia a graça para quem quer ler o livro ou assistir ao filme.
Enquanto eu lia, eu ficava mais ansiosa para o próximo passo de aprendizado do Eddie.
A cada aprendizado, eu fazia anotações. Muitas coisas que li me fizeram lembrar pessoas e momentos que passaram na minha vida.
Eu sei que o livro não é uma historia veridica, eu sei que o céu não é um lugar que escolhemos “viver” e eu também sei que não terão cinco pessoas me esperando por lá(ou em qualquer outro lugar!) mas eu achei muito interessante o jeito que Albom conduziu uma história cheia de sentimentos envolvendo morte e a vida sem envolver nenhuma religião.

Eu sei que o autor não terá cinco pessoas esperando por ele no céu mas eu posso indicar, sem sombra de dúvidas, cinco pessoas para ver como é o céu dele em “Five People You Meet in Heaven” e tirar suas próprias conclusões. A minha foi ótima!


Conheca mais sobre Mitch Albom aqui.
Assista ao trile do filme aqui.


***


Algumas das “quotes” que mais gosto

Captain: People stop sacrificing for one another, they lose what keeps them human.

Blue Man: There are no random acts...We are all connected...You can no more separate one life from another than you can separate a breeze from the wind...

Marguerite: Lost love is still love, Eddie. It just takes a different form, that's all. You can't hold their hand... You can't tousle their hair... But when those senses weaken another one comes to life... Memory... Memory becomes your partner. You hold it... you dance with it... Life has to end, Eddie... Love doesn't.

Blue Man: Strangers are family you have yet to come to know.

10.12.10

"Evil prevails when good men fail to act"

Tenho assistido muitos filmes ultimamente e por isso tenho refletido muito sobre diversos assuntos. Alguns assuntos sempre me incomodaram mas outros estavam ali, na minha frente, e eu não percebia.

O Senhor das Armas(Lord of War)” e “Busca Implacável(Taken)” ilustram um pouco uma das minhas reflexões. Os dois filmes tratam de dois assuntos diferentes mas, se olharmos bem, têm a essência muito parecida.
Para quem não assistiu, farei uma breve sinopse de ambos.


"O Senhor das Armas", protagonizado por Nicolas Cage, mostra o capitalismo na indústria bélica. O filme é um tapa na cara do começo ao fim. A cena inicial mostra o ciclo de uma bala: Desde a sua fabricação, alojamento, venda, distribuição, até atingir o destino final: a cabeça de uma pessoa.
Nicolas Cage interpreta Yuri Orlov, um homem que saiu da Ucrânia com a família e entrou nos Estados Unidos fingindo pertencer a uma família de judeus. Orlov se torna um membro das Nações Unidas e percebe que vender armas ilegais para países estrangeiros pode ser um negócio muito lucrativo.
Orlov fala o tempo todo que ele não tem nada a ver com as mortes e com a guerra. O único questionamento em sua mente, provida de muito humor negro, era o seguinte: “Existem mais de 550 milhões de armas de fogo em circulação no mundo. Isso significa uma arma para cada 12 pessoas.” E assim, reflete: “ Como armar as outras 11?” O negócio dele era vender. Para países “amigos” ou “inimigos”. Não importava. Entre o preto e o branco, ele escolhia o cinza.
(Depois disso, muita coisa acontece...)



Já o filme “Busca Implacável” mostra a história de duas adolescentes (Kim(Maggie Grace)e Amanda(Katie Cassidy)que vão passar ferias em Paris e são surpreendidas, assim que chegam, por um jovem parisiense de boa aparência que oferece para tirar uma foto delas e dividir o táxi, já que tudo por lá e muito caro. O rapaz as convida para uma festa naquela noite e uma das meninas(Amanda) aceita o convite na hora. Kim, por sua vez, fica contrariada e lembra a amiga que acabaram de conhecer o rapaz.
Kim vê em seu celular que Bryan(Liam Neeson),seu pai super protetor, acabara de ligar e retorna a ligação. Quando ela consegue falar com Bryan, ela vê a amiga sendo sequestrada por dois homens. Ela narra os fatos para seu pai, que e aposentado da Agência de Inteligência dos Estados Unidos, e ele diz a ela os procedimentos que deve seguir.
Kim e Amanda são raptadas e Bryan faz de tudo para encontrá-las. Entre mortes e acidentes Bryan encontra com um ex colega de profissão(Jean-Claude) que agora estava trabalhando para a Agência de Inteligência do governo Francês. Jean- Claude alerta Bryan para ficar longe dos seqüestradores. Eles faziam parte de uma máfia albanesa perigosa. Bryan não segue o conselho do “colega” e, mais do que isso, descobre que o próprio Jean-Claude está envolvido nesta máfia. Os mafiosos pagam pelo silêncio de Jean-Claude diante do governo Francês e assim, ele fecha os olhos para o tráfico de mulheres que acontece em Paris.
(De novo: Depois disso muita coisa acontece...)

Percebeu alguma semelhança entre os “vilões” do filme? Eles não parecem vilões. Isso porque, são negociantes, são políticos, são estudados. Eles não tem a “intenção” de machucar ninguém, de matar. Eles fazem negócio pelo dinheiro. Eles não enxergam lá na frente. Eles não vêem as conseqüências.

Os dois filmes são ótimos e por isso não quis estragar a história de ambos contando o final( porque nem vem ao caso!).
Mas agora, como ver este filme nos dias de hoje? Será que eles também tem alguma semelhança com o filme “Tropa de Elite”? E com a nossa realidade? Será que eles têm a ver com pequenos atos que nos mesmos, pobres mortais, podemos cometer no dia a dia?

Acho que sim.

Fico revoltada ao ouvir pessoas que se drogam falando mal do tráfico.
Pessoas que compram objetos roubados, falando mal de roubos.
Pessoas que se julgam tão certinhas, comprando CDs e DVDs piratas.
Pessoas que querem fazer parte de um mundo luxuoso que não as pertence comprando bolsas, roupas, relógios e perfumes falsificados.

Será que elas não pensam no processo? Como surgiram as drogas e como elas foram parar na casa dos “consumidores”?
E os objetos roubados? Será que as pessoas que os compram não pensam que amanhã elas podem ser as próximas vitimas ?
E os CDs e DVDs piratas? Como eles chegaram até aquelas banquinhas? A quem eles estão prejudicando?
E as bolsas, roupas, relógios, perfumes... Como são feitos? Quem os faz? Quanto recebem? Como estes itens são transportados? Há mão de obra infantil? Há mão de obra escrava?

Todo mundo reclama mas boa parte das pessoas contribui, mesmo que INDIRETAMENTE, para que cada uma destas coisas aconteçam.

No processo muita gente inocente morre, muitas pessoas trabalham em condições precárias e muitas crianças perdem o direito de sorrir.

Sei que muitas pessoas falam “Se eu não comprar “tal coisa”, outra pessoa vai comprar e contribuirá com o tráfico da mesma forma.” E, se assim continuar, teremos um mundo cada vez pior onde a maldade prevalece o bem por falta de reflexão e ação.

Afinal o mais importante hoje é ter uma bolsa, mesmo que falsificada, da Louis Vuitton, não é?